COMO A INTERATIVIDADE TROUXE O PÚBLICO JOVEM AOS MUSEUS
Por: Tayna Andrade e Vitoria Messias
Publicado em 19/11/19

Espaço conta os fatos históricos ocorridos durante as vinte edições da Copa do Mundo, incluindo o doloroso 7x1./ Foto: Izabela Queiroz
Nos museus contemporâneos, conceituados pela sua modernidade e programações futurísticas, a interatividade com certeza é uma –se não a maior- característica promissora destes locais. Ela é uma possibilidade encontrada para aproximar o público jovem da exposição, contando com interações físicas, intelectuais e até mesmo emocionais.
Há alguns anos esse recurso vem sendo utilizado por museus espalhados por todo o Brasil, tornando cada visita mais significativa, especialmente para o público jovem. Em São Paulo destaca-se o Museu do Futebol e o Museu Catavento.
A visita a um museu pode ser mais interessante quando à aprendizagem de inúmeros conteúdos é divertida, e quando há relação com os objetos expostos e assimilação de ideias através da emissão de sons e imagens. Segundo Erick Klug, diretor executivo do Museu do Futebol, o grande antiquário do esporte localizado embaixo das arquibancadas do estádio do Pacaembu é definido como Museu Experiência, utilizando recursos sonoros, visuais e táteis, sem contar o grande acervo de camisas, bolas e troféus.
O local foi planejado intencionando trabalhar diretamente com a tecnologia, com objetivo de promover um diálogo entre o visitante e o museu, não somente um monólogo comunicando algo, essa ideia faz parte do conceito dos seus curadores Leonel Kaz, Daniela Thomas, Jair de Souza e a Fundação Roberto Marinho.
Para Eric Klug a interatividade atrai o público jovem, reforçando a comunicação em duas vias, em um diálogo entre o conhecimento do visitante e o conhecimento e ideias promovidas pelo museu.
Outro aspecto á se destacar é que as coleções dos museus recentemente passaram de apenas objetos que compunham um cenário para plataformas digitais e aparatos multimídia, cheios de telas de projeção dentro das salas de exposições, graças às novas tecnologias da informação e popularização dos recursos audiovisuais.
Para Marina Toledo, formada em Artes e Teatro, assessora técnica da IDBrasil, Organização Social de Cultura que administra o Museu da Língua Portuguesa e o Museu do Futebol, atuante em trabalhos educativos e exposições temporárias, a interatividade pode ajudar a trazer o público jovem aos museus, na medida em que toma a experiência com o conhecimento mais interessante e efetivo.
Essa onda tecnológica, não invadiu apenas o Brasil, os museus estrangeiros também tem acolhido a tecnologia como um recurso interativo. Exemplos são os museus do Vaticano e o Ufizzi de Florença. Mas vale ressaltar que somente a tecnologia não amplia o número de visitas, mas sim a boa relação entre o conteúdo, à tecnologia e a interatividade. Se não houver bom conteúdo, de nada vale os aparatos tecnológicos. Mas, com um pouco de curiosidade e investimento nos recursos certos, como atividades lúdicas torna a visita mais interessante e atrativa.
Toledo complementa que a interatividade criou um desafio para os museus à medida que o público foi se tornando mais exigente em relação à experiência da visita. Com isso, a relação certamente mudou e continuará em constante transformação. Não somente ligadas a interação do jovem com o museu, mas também do jovem com outros jovens, afinal eles gostam de estar e viverem experiências juntos.
Logo, a interatividade nos museus proporciona uma variedade de opções divertidas, lúdicas e agradáveis, oferecendo assim conhecimento e informação visando à participação completa do visitante. Na prática, os museus tem o poder de levar o público a um mundo surpreendente, totalmente capaz de influenciar o modo como vivem, falam ou pensam, além de acrescentar demasiadamente a cultura individual de cada um.
"Mesmo que para adotar essa tecnologia e interatividade requeira investimentos, e o governo contribui pouco com isso é importante que os museus pensem em soluções diversificadas, como formas de interatividade mais simples e uma programação cultural interessante" conclui Marina Toledo.

O museu do catavento conta com exposições educativas e interativas afim de manter o público jovem inserido naquele espaço e acervo./ Foto: Izabela Queiroz